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Doença Celíaca: a vida sem glúten. Por Paula Lima e Mello

Bom dia queridos!
Ando meio longe da cozinha, mas sempre firme com a dieta e em sintonia com o blog!
Uma amiga querida criou um blog sobre culinária. 
O Tempero Novo além de lindo e saboroso tem muitas informações legais.
A Paula é jornalista, escreve muito bem e cozinha tão bem quanto!
O blog mal foi ao ar para alcançar em 15 dias mais de 1000 acessos!
O melhor é que apesar de não ser especializado em alimentação sem glúten, nós celíacos temos nosso espaço no Tempero Novo!!!
Confiram a entrevista que fizemos juntas sobre a dieta sem glúten e participem, mandem suas receitas para ela que tem Tempero Novo para todos!!!

Vale a pena conferir...


















Dez anos atrás Josiane Buzachi iniciava uma difícil busca por um diagnóstico preciso sobre seu estado de saúde. Nessa época, a engenheira agrônoma começou a ter manchas vermelhas na pele, coceiras e enjôos frequentes, gases e má-digestão. Sem imaginar a causa de todos esses sintomas começou uma maratona de consultas médicas. Foram vários diagnósticos e tratamentos – homeopatia, pomadas e terapia – tudo sem resultados positivos. Alguns médicos acreditavam que o problema de Josiane tinha fundo emocional. Foi quando, por insistência da irmã Janaína, decidiu procurar um dermatologista. Depois de exames profundos com diversas especialidades médicas veio o diagnóstico correto: dermatite herpetiforme, conhecida também como doença celíaca.

Segundo dados da Acelbra, Associação dos Celíacos do Brasil, a doença celíaca afeta um em cada 200 brasileiros. Em nosso país, um milhão de pessoas sofrem desse mal, que pode se manifestar em qualquer fase da vida. A doença é provocada pela intolerância ao glúten, presente em quase tudo o que comemos. É uma proteína encontrada no trigo, no centeio, na cevada, no malte e na aveia. Além dos sinais apresentados por Josiane, outros sintomas são comuns aos portadores de doença celíaca, são eles: diarréia, barriga inchada, dor abdominal, falhas na memória, emagrecimento e, principalmente, anemia.

Os médicos descobriram a causa da doença por acaso, durante a Segunda Guerra Mundial. O racionamento dos alimentos tirou o pão da mesa dos holandeses e imediatamente as crianças, que sofriam da doença celíaca, melhoram de saúde. De acordo com especialistas, o glúten provoca uma agressão nas paredes do intestino delgado de pacientes que tem predisposição genética impedindo a absorção dos alimentos. A doença não tem cura e só há um tipo de tratamento: retirar por completo o glúten da dieta dos pacientes.

E foi exatamente isso que Josiane fez. Hoje já se passaram dois anos de descoberta da intolerância ao glúten, tempo de muitas mudanças, principalmente no que diz respeito aos hábitos alimentares. Josiane Buzachi não toma remédios, diz que se alimenta melhor e não teve recidivas. Na verdade, desde o início do ano passado, ela se tornou Josi Não Contém Glúten, no blog divide suas práticas alimentares e experiências na convivência com a doença celíaca. E não para por aí! As transformações vividas despertaram em Josi a vocação para o nutricionismo, por isso, hoje é acadêmica do primeiro período da faculdade de Nutrição da Universidade Federal do Tocantins. É com ela que inauguramos nossa seção de entrevistas. Hoje “Tem Visita na Cozinha”!




TN: Foram 8 anos de corrida pela busca de um diagnóstico. Como celíaca, porque você acha que essa doença é tão pouco conhecida?


Josi: Porque, salvo raras exceções, a classe médica negligencia os sintomas e trata tudo como problema emocional. Assim, quando eles, os médicos, não querem ou não sabem a causa das erupções, como no meu caso, retardam o diagnóstico. Mas acredito que esse cenário esteja mudando, a preocupação com a alimentação para a boa forma deixou o glúten em evidência nos últimos anos, o que acaba revelando as alergias e intolerâncias, deixando as pessoas conscientes da existência da doença celíaca e dos sintomas.



TN: Diagnosticada a intolerância ao glúten, que medidas você teve que tomar?



Josi: Saí do consultório médico diretamente para uma consulta com a nutricionista, pois é esse profissional que pode esclarecer com propriedade quais são os alimentos permitidos e os proibidos, bem como as substituições possíveis. Os cuidados com a alimentação passaram a ser redobrados. Comecei a ler os rótulos de todos os alimentos e, muitas vezes, me surpreendi com artigos que não levavam em sua composição os grãos trigo, aveia, malte, centeio e cevada e, ainda assim, continham glúten. Isso se deve ao método de fabricação de produtos isentos de glúten no mesmo local onde são processados os alimentos que contém a proteína. Os produtos passam a ter contato com o glúten por meio de utensílios e máquinas, é assim que ocorre o que chamamos de contaminação cruzada.


TN: Após a descoberta da doença celíaca, quais os ingredientes mais encontrados na sua cozinha?


Josi: A minha alimentação passou a ser mais saudável, incluí alimentos ricos em vitaminas e fibras que antes não fazia questão, como por exemplo, a quinoa, o amaranto, a linhaça, a soja, a farinha de beterraba entre outros. A base das receitas de pães e bolos leva uma farinha composta por farinha de arroz, fécula de batata e polvilho. Os lanches passaram a ser frutas frescas ou desidratadas e castanhas.



TN: Você encontra dificuldade para conseguir ingredientes corretos, ou seja, isentos de glúten para a sua alimentação?



Josi: A dificuldade é na procura por alimentos prontos, não posso contar com uma lasanha congelada ou comprar um pão para o dia seguinte. As farinhas não são difíceis de ser encontradas, porém sempre são disponibilizadas em embalagens pequenas. Nos supermercados temos a fécula de batata, o polvilho e a arrozina. Mas a farinha de arroz, pacote de um 1 quilo, encontro somente em um estabelecimento de Palmas, no Atacado Meio a Meio.


TN: Desde 2003 uma lei federal exige que no rótulo dos alimentos industrializados esteja escrito claramente se o produto contém ou não contém glúten. Quando você vai ao supermercado, é fácil identificar essa especificidade nos produtos?



Josi: Infelizmente a lei não é respeitada por todos os fabricantes, quando não há a indicação a atitude segura é não consumir. Há ainda um descaso com o tamanho da letra e local indicando a composição dos alimentos. É preciso estar atento com os rótulos, pois empresas conhecidas no mercado já cometeram erros ao indicar um produto que contém glúten na composição como não contendo.



TN: Existem alimentos industrializados sem glúten. Eles estão acessíveis em Palmas?


Josi: Ainda é muito raro encontrar um produto industrializado em Palmas, já em grandes cidades é mais comum. Normalmente faço minhas compras em Brasília e Goiânia, mas são lojas especializadas. Costumo trazer pães de forma congelados, salgadinhos como esfihas, canelones, massa para lasanha, biscoitos, torradas, brownies e cookies. Acredito que os momentos difíceis estejam com os dias contados, digo isso porque está prevista para maio, em Palmas, a inauguração de uma loja especializada em produtos para dietas especiais, a Mundo Verde que possui franquias espalhadas por diversas cidades do Brasil.


TN: Quando você chega num restaurante, como age pra descobrir se determinado prato contém ou não contém glúten?


Josi: Essa situação é muito comum no dia-a-dia de qualquer celíaco. Normalmente procuro um maitre para chegar até a cozinha, literalmente. Só se pode confiar na pessoa que prepara os alimentos. É importante salientar que os garçons não têm compromisso com os clientes e, muitas vezes, dizem “não” apenas para darem uma resposta. Assim, evito pratos que contenham os molhos branco e madeira, empanados e frituras que também oferecem riscos, por serem preparados com farinha de rosca e por serem fritos em óleo já utilizado para a preparação de alimentos com glúten. Muitas vezes é desagradável sair para comer, primeiro pela falta de opções de pratos nos cardápios, e também pelo desgaste a que somos submetidos quando temos que explicar todo o nosso problema. Muitas vezes opto por me alimentar em casa e sair depois.



TN: Qual o seu prato favorito da dieta livre de glúten?

Josi: Hum… o blog Josi Não Contém Glúten denuncia várias das minhas preferências. Gosto muito dos salgadinhos, como coxinha e rissole, feitos com mandioca, e das tortas. Entretanto o campeão, que sempre foi meu prato preferido, é a lasanha, mas para fazer preciso trazer a massa pronta de fora.

Para a postagem original acessem: http://temperonovo.wordpress.com



Comentários

  1. Nossa... que chique gente! Tô me sentindo acariciada pela Josi com tantos elogios. Mas a entrevista só rendeu porque ela falou tudo que a gente precisa saber! Obrigada pela contribuição. Beijos!

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    Respostas
    1. Olá! Josiane.
      Me chamo Iolanda, tenho 62 anos e também sou celíaca.
      Faz 12 anos que descobri esta intolerância ao glúten.
      Não consegui me adaptar com as farinhas, os pãs ficam muito ruins. A farinha de arroz parece areia e não dá liga para fazer as massas.
      Ainda escorrego no trigo, pois não tenho diarréia, somente muiiiitos enjoos.
      Fiquei feliz de encontrar esta tua entrevista, pois estou precisando de força.
      Vou agora pesquisar os alimentos no "Tempero Novo".
      Boa sorte para você.
      Um abraço.
      Iolanda

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  2. Olá Iolanda! Tudo bem?
    Provavelmente você esteja usando o fubá de arroz que é mais granulado, a farinha é mais fina.
    Para dar liga na massa é preciso usar os espessantes, goma xantana ou CMC encontrados em casas especializadas como as lojas Mundo Verde, ou em casas de Padeiro. A mistura de farinha de arroz, fécula de batata e polvilho tbm ajuda mto. Está acima nas páginas em farinahs preparadas. Fique a vontade para perguntar Iolanda, estou à disposição. O Tempero Novo as vezes contribui para nosso blog, mas comida para celíacos vc encontra aqui mesmo, no josinaocontemgluten! Beijos.

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